O EVANGELHO PROPAGA-SE ENTRE OS GENTIOS
OS GENTIOS NO ANTIGO TESTAMENTO
No hebraico, goyin, que significa nações ou estrangeiros, em contraste com Israel. Essa palavra quase sempre aparece no plural no Antigo Testamento. Ver (Gn 10.5; Jz 4.3; Is 11.10; 42.1-6; 49.6-22; 54.3; 61.6; Jr 4.7; 4.22; Lm 2.9; Ez 4.13; Os 8.8; Mq 5.8)
OS GENTIOS NO NOVO TESTAMENTO
No grego, ethnos, termo genérico que indica nação, mas incluindo a nação de Israel. Ver Mt 24.7; At 2.5; Is 7.5;23.2). Paulo contrasta judeus e gentios em Rm 2.9,10. Mas ali usa o termo grego ellen, a fim de indicar qualquer pessoa que não fosse judia, mas que falasse o grego. Ver também Jo7.35 e Rm 3.9 quanto a esse uso do termo. Tal uso explica-se a língua universal, e quem falasse o grego nem sempre era de sangue grego.
OS PACTOS E O CARÁTER ÍMPAR DE ISRAEL
Deus tem estabelecido com a humanidade vários pactos. Aquele que foi estabelecido com a nação de Israel, na península do Sinai, distinguiu essa nação de todas as outras nações (Gn 12.2; 18.18; 22.18; 26.4). E todas as demais nações passaram a ser os gentios. Essa é a característica que faz de Israel uma nação sem igual no mundo (Dt 26.5; Ex 19.6). Essa singularidade sempre teve efeitos sobre o relacionamento ente Israel e todas as demais nações (Ex 24.10; Lv 18.24-25; Dt 15.6).
AS POLUÇÕES DAS NAÇÕES
Grosseira idolatria e imoralidade caracterizavam as nações gentílicas, más qualidades essas que, constantemente, ameaçavam o caráter ímpar de Israel (1Rs 14.24), e que acabaram resultando em juízo contra o povo de Israel (2Rs 17.7). Ente esses juízos, os cativeiros assírio e babilônico foram os exemplos supremos. A luta contra polução moral e as constantes denúncias dos profetas de Israel contra as nações, fizeram com que o termo gentio assumisse um tom pejorativo. Um judeu estigmatizava um seu compatriota chamando-o de gentio ou de cobrador de impostos. Ver Mt 18.71. Esse sentimento era tão profundo e forte que Tácito foi levado a observar que os judeus consideravam o resto da humanidade com todo o ódio que se vota a inimigos (Hist. 5.5). Um judeu piedoso nunca entrava na casa de um gentio, com receio de ficar contaminado e assim ficar cerimonialmente impuro. Ademais, sempre que possível, quando estava viajando, evitava áreas e cidades dos gentios, pelo mesmo motivo.
OS GENTIOS E A ESPIRITUALIDADE
Desde o começo mesmo de Israel como nação, por meio de Abraão, Deus estendeu o seu favor aos gentílicos.O próprio pacto abraâmico previa que os gentios seriam abençoados, juntamente com a nação de Israel (Gn22.18). Nele Abraão todas as nações seriam abençoadas. Nisso é que podemos ver a razão do caráter ímpar de Israel: essa nação seria o mestre e o guia espiritual das nações. A superioridade da nação de Israel só existia para que os israelitas fossem os mediadores da mensagem e das bênçãos de Deus às nações (Is 61.6). A Missão da Igreja entre os Gentios: a Igreja Gentílica. Não foi fácil aos crentes judeus aprenderem que a Nova Fé tinha, como sua prioridade máxima, a evangelização das nações, embora isso seja uma clara provisão da Grande Comissão (ver Mt 28.19,20). Pedro, embora apóstolo, precisou receber uma visão especial a fim de poder entender devidamente esse ponto (ver At 10.9). Um apóstolo especial, encarregado dos gentios, foi nomeado, a saber, Paulo, o qual trabalhou mais abundantemente do que todos os demais, assim garantindo o sucesso de sua missão (Gl 2.9 e 1Co 15.10). O amor de Deus visa a todos os homens (Jo 3.16) e a expiação de Cristo tem efeitos absolutamente universais (1Jo 2.2). Quanto à missão da Igreja entre os gentios, ver textos como At 9.15; 10.45; 11.1,18; 13.42; 15.3,7,12,14; 18.6; 22.21; 26.17,20; 28.28; Rm 1.13; Gl 2.2; Cl 1.27.
OS GENTIOS E AS PROMESSAS DO REINO
De acordo com as profecias bíblicas relativas ao Reino, o Messias tornar-se-á a luz dos povos gentílicos (Is 42.6); a salvação haverá de ampliar-se até os confins da terra (Is 49.6); os gentios haverão de buscar ao Senhor (Is 11.10); a terra encher-se-á do conhecimento do Senhor, assim como as águas cobrem o leito do mar (Is 11.9).
Bibliografia: R. N. Champlin, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia
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