1. RAIZES DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
Novo Pensamento ou Movimento
Novo Pensamento é um movimento espiritual que eclodiu nos
Estados Unidos no final do século XIX e que enfatiza crenças metafísicas. Ele
consiste de um grupo livremente formado por denominações religiosas,
organizações seculares, autores, filósofos, e indivíduos que compartilham um
conjunto de crenças metafísicas referentes aos efeitos do pensamento positivo, Lei da atração, cura, força vital,
visualização criativa e poder pessoal. Tal corrente de pensamento
promove a idéia de que Deus tem o dom da ubiqüidade, que o espírito é a
totalidade das coisas reais, que a verdadeira natureza humana é divina, que o
pensamento divino é uma força para o bem, que todas as doenças se originam da
mente, e que o 'pensamento certo' tem um efeito regenerador.
Quimby estudou espiritismo,
ocultismo, parapsicologia e hipnose e, além de panteísta e universalista,
acreditava também que o homem tem parte na divindade.
Depois da morte de Quimby, Mary
sentiu-se inspirada a repartir com outros o que havia descoberto. Em 1875
publicou o livro que chegou a ser a autoridade suprema na religião que ela
fundou. Chama-se "Ciência e Saúde como Chave das Escrituras".
Mary ia além das teorias de Quimby, pois negava a existência não somente da
enfermidade, mas da própria matéria. Afirmava que toda
aparência de matéria ou de experiência mortal é somente uma ilusão, um sonho.
Em realidade tudo o que existe é Deus. Ele é tudo em tudo. Nosso espírito é uma
parte dele, e portanto, bom. Não há tal coisa como pecado ou morte. Deve-se
aplicar a "ciência cristã" e negar tais ilusões para que desapareçam
essas idéias errôneas. Esse é o ensino básico que ela apresentava. Em 1879, fundou A Igreja de Cristo Cientista que ficou
conhecida como Ciência Cristã.
Em Super Crentes, O professor
do Makenzie e apologista da AGIR, Paulo Romeiro, escreve o seguinte
acerca de Emerson:
Kenyon é o pai de uma expressão que se desdobrou com o tempo. É dele a frase “o que eu confesso, eu possuo”. É o embrião da Confissão Positiva. No dia 19 de março de 1948, com a idade de 80 anos, Kenyon faleceu, mas antes de sua morte, encarregou sua filha Rute de continuar o seu ministério e publicar os seus escritos, o que ela cumpriu fielmente. Mais tarde, alguém utilizaria as idéias e os escritos de Kenyon para dar forma ao que viria a ser um dos maiores e mais controvertidos movimentos dentro do corpo de Cristo da atualidade. Esta pessoa é o já citado Kenneth Erwin Hagin.
Nasceu prematuramente em 1918, psando menos de
um quilo. Parece que isso o deixou com
uma lesão congênita no coração nunca exatamente diagnosticada. É certo que ele
foi frágil e doente em sua infância, vítima de freqüentes acessos de desmaio.
Quando tinha seis anos de idade, seu pai abandonou a família, e Hagin tornou-se
um jovem irritadiço e revoltado. Sua mão não conseguiu suportar as pressões e
entrou em completo colapso físico e mental. Ele passou o restante de sua
juventude com os avós. A história de Kenneth Hagin é cheia de supostas
aparições, revelações e experiências místicas, dentre as quais duas delas
teriam afetado toda a sua vida e ministério. Hagin diz ter sido “levado ao
inferno”, onde supostamente viu e sentiu coisas que o deixaram perplexo.
Hagin conta ter descido outras duas vezes “ao inferno” para ali contemplar os
seus horrores, sendo assim levado a tomar uma decisão quanto a sua vida
espiritual. Depois da terceira “visita ao inferno”, Hagin aceitou a Cristo como
seu Salvador.
No início do seu ministério, entre 1934 e 1937, Hagin foi um jovem pregador batista e pastoreou uma igreja da comunidade onde morava. Devido à sua crença em cura divina, começou a associar-se com os pentecostais e em 1937, recebeu o batismo com Espírito Santo e falou em línguas. Neste mesmo ano foi licenciado como ministro da Assembléia de Deus, na qual permaneceu de 1937 a 1949, havendo pastoreou várias igrejas dessa denominação no Estado do Texas. Tendo passado por essas duas denominações, finalmente fundou, em 1962, seu próprio ministério.
Uma interpretação do evangelho,
nova e extremamente atrativa, cruzou as fronteiras para invadir o cristianismo
brasileiro. Ela tem recebido vários nomes, a saber: “Palavra da Fé”, “Ensino
da Fé”, “Confissão Positiva” ou “Evangelho da Prosperidade”. À semelhança
do conhecido evangelho, ele proclama boas novas. Mas as novas não são que temos
o perdão dos pecados e paz com Deus por meio de Cristo. São de que podemos ter
a solução de nossos problemas e viver com saúde e prosperidade. Esta mudança no
conteúdo da esperança cristã, passando do porvir para o aqui e agora, tem
conseqüências de tão grande alcance que o nome “evangelho da prosperidade”
parece apropriado.
O pentecostalismo não foi o pai desse novo evangelho, embora talvez possa ser chamado de padrasto, por causa da forma como o abraçou e seguiu seus ensinos. Então, a primeira pergunta que se levanta é por que as denominações pentecostais têm sido mais abertas a esse ensino do que qualquer outro grupo protestante. A resposta parece estar na tendência que elas têm de aceitar dons de profecia e profetas dos dias atuais que afirmam exercer esses dons.
O núcleo conceptual do evangelho da prosperidade está numa cosmovisão que remonta não à doutrina pentecostal, ma a alguns movimentos heterogêneos do início do século XX conhecidos com “seitas metafísicas” (McConnell, 1988)
Bibliografia:
Alan
B. Pieratt, O Evangelho da Prosperidade, Ed Vida Nova.
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