quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Lição 01 - O Surgimento da Teologia da Prosperidade – 1º Trimestre de 2012 – (Parte 1)



1. RAIZES DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE


Para entender o surgimento da Teologia da Prosperidade, é preciso conhecer um pouco da história de Phineas Parkhurst Quimby (1802-1866), criador do chamado “Novo Pensamento”.

Novo Pensamento ou Movimento Novo Pensamento é um movimento espiritual que eclodiu nos Estados Unidos no final do século XIX e que enfatiza crenças metafísicas. Ele consiste de um grupo livremente formado por denominações religiosas, organizações seculares, autores, filósofos, e indivíduos que compartilham um conjunto de crenças metafísicas referentes aos efeitos do pensamento positivo, Lei da atração, cura, força vital, visualização criativa e poder pessoal. Tal corrente de pensamento promove a idéia de que Deus tem o dom da ubiqüidade, que o espírito é a totalidade das coisas reais, que a verdadeira natureza humana é divina, que o pensamento divino é uma força para o bem, que todas as doenças se originam da mente, e que o 'pensamento certo' tem um efeito regenerador.
Quimby estudou espiritismo, ocultismo, parapsicologia e hipnose e, além de panteísta e universalista, acreditava também que o homem tem parte na divindade.

  Mary Baker Eddy (1821-1910), Apesar de ter sido recebida como membro da Igreja Congregacional, foi influenciada por um "curandeiro" popular chamado Fineas Quimby que anunciava um novo método de curar os enfermos, não pela medicina, mas ensinando aos enfermos a natureza de seu mal. Dizia-lhes que podiam curar-se por seu estado mental. Mary procurou Fineas Quimby a fim de buscar alívio para seus males crônico. Este lhe disse que ela não tinha nada de enferma. O que se passava com ela era que seu espírito refletia a angústia sobre o corpo.

Depois da morte de Quimby, Mary sentiu-se inspirada a repartir com outros o que havia descoberto. Em 1875 publicou o livro que chegou a ser a autoridade suprema na religião que ela fundou. Chama-se "Ciência e Saúde como Chave das Escrituras". Mary ia além das teorias de Quimby, pois negava a existência não somente da enfermidade, mas da própria matéria. Afirmava que toda aparência de matéria ou de experiência mortal é somente uma ilusão, um sonho. Em realidade tudo o que existe é Deus. Ele é tudo em tudo. Nosso espírito é uma parte dele, e portanto, bom. Não há tal coisa como pecado ou morte. Deve-se aplicar a "ciência cristã" e negar tais ilusões para que desapareçam essas idéias errôneas. Esse é o ensino básico que ela apresentava. Em 1879, fundou A Igreja de Cristo Cientista que ficou conhecida como Ciência Cristã.

 Essek William Kenyon  nasceu no condado de Saratoga em Nova York, Estados Unidos, no ano  de 1867. Em 1892, mudou-se para Boston, onde freqüentou várias escolas, entre elas a Faculdade Emerson de Oratória, fundada por Charles Emerson. Esse Charles Emerson, segundo se sabe, foi um pensador confuso com tendências sincretistas, que chegou a abraçar inclusive muitos ensinos de seitas heréticas, como por exemplo a Ciência Cristã, que à bem da verdade, não é nem ciência nem cristã.
Em Super Crentes, O professor do Makenzie e apologista da AGIR, Paulo Romeiro, escreve o seguinte acerca de Emerson:

 “Charles Emerson foi uma figura um tanto controversa. Em seus 40 anos de ministério, a teologia de Emerson evoluiu do congregacionalismo para o universalismo, para o unitarismo, para o transcendentalismo, para o Novo Pensamento (Nova Idéia), e terminou, finalmente, nas mais rígidas e dogmáticas de todas as seitas metafísicas, a Ciência Cristã. Emerson uniu-se à Ciência Cristã em 1903 permaneceu envolvido com essa seita até sua morte, em 1908. Sua conversão à Ciência Cristã foi a última progressão lógica na sua evolução metafísica do ortodoxo para o sectário”.


Kenyon é o pai de uma expressão que se desdobrou com o tempo. É dele a frase o que eu confesso, eu possuo. É o embrião da Confissão Positiva. No dia 19 de março de 1948, com a idade de 80 anos, Kenyon faleceu, mas antes de sua morte, encarregou sua filha Rute de continuar o seu ministério e publicar os seus escritos, o que ela cumpriu fielmente. Mais tarde, alguém utilizaria as idéias e os escritos de Kenyon para dar forma ao que viria a ser um dos maiores e mais controvertidos movimentos dentro do corpo de Cristo da atualidade. Esta pessoa é o já citado Kenneth Erwin Hagin.


Nasceu prematuramente em 1918, psando menos de um quilo.  Parece que isso o deixou com uma lesão congênita no coração nunca exatamente diagnosticada. É certo que ele foi frágil e doente em sua infância, vítima de freqüentes acessos de desmaio. Quando tinha seis anos de idade, seu pai abandonou a família, e Hagin tornou-se um jovem irritadiço e revoltado. Sua mão não conseguiu suportar as pressões e entrou em completo colapso físico e mental. Ele passou o restante de sua juventude com os avós. A história de Kenneth Hagin é cheia de supostas aparições, revelações e experiências místicas, dentre as quais duas delas teriam afetado toda a sua vida e ministério. Hagin diz ter sido “levado ao inferno”, onde supostamente viu e sentiu coisas que o deixaram perplexo. Hagin conta ter descido outras duas vezes “ao inferno” para ali contemplar os seus horrores, sendo assim levado a tomar uma decisão quanto a sua vida espiritual. Depois da terceira “visita ao inferno”, Hagin aceitou a Cristo como seu Salvador.


No início do seu ministério, entre 1934 e 1937, Hagin foi um jovem pregador batista e pastoreou uma igreja da comunidade onde morava. Devido à sua crença em cura divina, começou a associar-se com os pentecostais e em 1937, recebeu o batismo com Espírito Santo e falou em línguas. Neste mesmo ano foi licenciado como ministro da Assembléia de Deus, na qual permaneceu de 1937 a 1949, havendo pastoreou várias igrejas dessa denominação no Estado do Texas. Tendo passado por essas duas denominações, finalmente fundou, em 1962, seu próprio ministério.


Uma interpretação do evangelho, nova e extremamente atrativa, cruzou as fronteiras para invadir o cristianismo brasileiro. Ela tem recebido vários nomes, a saber: “Palavra da Fé”, “Ensino da Fé”, “Confissão Positiva” ou “Evangelho da Prosperidade”. À semelhança do conhecido evangelho, ele proclama boas novas. Mas as novas não são que temos o perdão dos pecados e paz com Deus por meio de Cristo. São de que podemos ter a solução de nossos problemas e viver com saúde e prosperidade. Esta mudança no conteúdo da esperança cristã, passando do porvir para o aqui e agora, tem conseqüências de tão grande alcance que o nome “evangelho da prosperidade” parece apropriado.

O pentecostalismo não foi o pai desse novo evangelho, embora talvez possa ser chamado de padrasto, por causa da forma como o abraçou e seguiu seus ensinos. Então, a primeira pergunta que se levanta é por que as denominações pentecostais têm sido mais abertas a esse ensino do que qualquer outro grupo protestante. A resposta parece estar na tendência que elas têm de aceitar dons de profecia e profetas dos dias atuais que afirmam exercer esses dons.

O núcleo conceptual do evangelho da prosperidade está numa cosmovisão que remonta não à doutrina pentecostal, ma a alguns movimentos heterogêneos do início do século XX conhecidos com “seitas metafísicas” (McConnell, 1988)
                      

Bibliografia:
Alan B. Pieratt, O Evangelho da Prosperidade, Ed Vida Nova.



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